sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Black Future - Eu Sou o Rio (1988)

Black Future foi uma banda brasileira de rock experimental dos anos 80, formada por Márcio "Satanésio" Bandeira, vocalista e letrista, Tantão, Olmar e Edinho. Originário do Rio de Janeiro, o grupo lançou o LP "Eu sou o Rio" em 1988, cuja faixa título tornou-se um hit no circuito independente do eixo Rio-São Paulo.
Integrante de uma geração marcada pelo desenvolvimento do cenário underground brasileiro, o Black Future destacava-se especialmente por ser um dos poucos representantes cariocas do movimento, que teve seus principais expoentes localizados em São Paulo, Brasília e no sul do país.
O Black Future surge num momento em que a grande novidade musical era o New Wave, tocando misturado com a música Pop, sem muita distinção. Aquilo que vai ser conhecido como Rock Brasil estava dando seus primeiros passos. Nas pistas, o som que tocava era Pretenders, B’52, Madonna, Devo, Duran Duran, Oingo Boingo, Police, Cindy Lauper, entre outros. Era o segundo semestre de 1984. Havia muito pouco espaço para manifestação alternativa e não convencional, marcas que fundamentam a trajetória do grupo. A banda teve como locus de criação/inspiração a Lapa, onde Satanésio, cantor e letrista, morava. É nesta localidade que eles buscam a matéria-prima para as composições. No diálogo com tal realidade, de maneira paradoxal, constroem a música que vai dar nome ao disco e que acaba sendo uma espécie de anti-hit: Eu Sou o Rio. Um samba, misturado com rock (ou um rock misturado com samba?). É no ambiente mítico da Lapa, cujo entorno transgressor marca como signo a estética poético-musical do Black Future, em que as quatro “tristes figuras” mapeiam as contradições de seu tempo. “No fundo, o nosso trabalho é uma trilha sonora para o Rio”, diz Satanésio, para O Globo, em julho de 1988. Inicialmente, a banda era um trio: Lui, aquele que inspirou o segundo LP dos Paralamas do Sucesso, “O Passo do Lui”; Márcio “Satanésio” Bandeira e Tantão. O trio fez apenas dois shows.O último foi antológico. A crítica musical, quando trata do Black, não consegue esquecê-lo. Foi numa casa roqueira em Copacabana, o Let It Be. Além dos três componentes, participaram do show o Negrete (Renato Rocha), baixista da Legião Urbana, e o David Buck, trompetista do B’52. Era janeiro de 1985, época do Rock In Rio. Foi também o último show do Lui. No RJ, assíduos do Circo Voador, o Black ainda tocou no Canecão, Parque Laje, Noites Carioca, Titanic, Teatro Ipanema, em praças e bares. Em SP, Madame Satã, Sesc, Ácido Plástico, Espaço Mambembe, Centro Cultural São Paulo. O núcleo – Tantão & Satanésio – manteve-se sempre ao longo desta caminhada, mas várias pessoas participaram dos shows, ensaios e do grupo: Tetê, Chico, Batatinha, Ronaldo Pereira (Finis Africae), Formigão (Planet Hemp), César Nine, Olmar, Edinho (Kongo), entre outros. Os dois últimos marcaram definitivamente a formação que deu origem as composições do disco Eu Sou o Rio, que, segundo a crítica especializada, foi considerado o 4º melhor disco do ano de 1988, batendo trabalhos como Bora-Bora, dos Paralamas, Ideologia, do Cazuza, Carnaval, do Barão Vermelho e a 8º melhor música (Eu Sou o Rio). O LP ainda teve as participações especiais de Edgar Scandurra (Ira), Paulo Miklos (Titãs), Edu K (De Falla) e Alex Antunes (Akira S e as Garotas que erraram). Leia Mais...

(1988) Eu Sou o Rio
01- Introdução - Danca Da Chuva
02- Interrupção
03- Sinfonia Para Um Morto
04- Reflexão
05- Piada
06- Eu Sou O Rio
07- Teatro Do Horror
08- No Nights
09- Cartas Do Absurdo
10- Bem Depois
11- Thor & Loki
12- Eu Quero Tocar A Lapa (Bonus Track)

Nenhum comentário: