
Zé Cafofinho, apelido dado pelo eterno parceiro Rapha B. (baterista da Variant e da Bonsucesso Samba Clube), é o nome artístico adotado por ele desde o ano passado e resume um pouco do espírito do novo CD; do próprio artista. O codinome, na verdade, vem para batizar a nova fase de sua trajetória: mais amadurecida; tanto na criação de suas composições, que permeiam todas as faixas deste disco, quanto na qualidade inventiva de arranjador e instrumentista que tem na rabeca, na viola de arco e no bandolim seus principais recursos de expressão.
São 13 músicas, a maioria com letras e melodias do próprio Zé Cafofinho. O disco dispensa rotulações, e reflete a própria trajetória do músico. Tem um pouquinho de cada fase, sem ser necessariamente nenhuma delas: vai do balanço do samba de gafieira ao "jazz de churrascaria", do ska ao sambinha de mesa de bar. Tudo isso incrementado pelo som melódico da viola de arco e do bandolim. O resultado dessa composição dá identidade ao disco, permeando tanto letras que remetem à boemia, à malandragem e à cachaça, quanto ao amor, à lembrança e às paisagens do morro da periferia.
O CD traz parcerias com músicos pernambucanos como Bactéria (Mundo Livre e Variant), China (Del Rey), João Carlos (Orquestra Sinfônica do Recife), Hugo Gila (Variant e Academia da Berlinda) e integrantes da Mombojó (Chiquinho e Marcelo Machado), com os quais Zé Cafofinho convive faz tempo. Há ainda participações de nomes como Pupilo (Nação Zumbi), que assina mixagem e bateria de algumas músicas, e Berna Vieira (Bonsucesso Samba Clube e Estúdio Batuka), responsável pela gravação e mixagem de algumas faixas.
Completam o time os músicos Cláudio Negão (sete cordas e baixo), que já tocou com gente como Elza Soares, Seu Jorge e Antônio Carlos Nóbrega e integra o Sexteto Capibaribe, do maestro Marcos César; Felipe Gomes (banjo e cavaco), do Sexteto Capibaribe, que já dividiu o palco com a sambista Tereza Cristina e a pianista Ana Fridman; e Márcio Oliveira (trompete), da Orquestra Popular do Recife, do maestro Ademir Araújo, e do Coral Edgar Morais. O trio foi não só responsável por ajudar a conceber os arranjos desse disco, como integram a banda que acompanha Zé Cafofinho. O grupo conta ainda com Márcio Silva (bateria) e Gustavo Joe (sintetizador).[fonte]
A estréia do malandro nostálgico Zé Cafofinho
por Dafne Sampaio
O currículo musical de Tiago Andrade, auto-intitulado recentemente de Zé Cafofinho, é longo, profundamente pernambucano e totalmente independente. Além de ter integrado bandas como Songo, Variant, Originais do Sample e Punk Reggae Parque, o músico participou de discos do Eddie, Bonsucesso Samba Clube e Mombojó. Agora é sua vez de estrear solo com o projeto Zé Cafofinho e Suas Correntes no excelente disco Um pé na meia, outro de fora (independente, 2007).
Cantor e compositor, além de multiinstrumentista (viola de arco, bandolim e corneta), Zé Cafofinho veste sua capa de malandro nostálgico e observa, entre ironias e poesias, as mudanças geográfico-sociais de Olinda e Recife. Em “Meio de transporte” afirma que “Quando eu era criança / Olinda era azul; Recife, laranja / Hoje tudo colorido e opaco / Fosco, envernizado, frotado / Barra-forte circular”, enquanto em “Campo Grande” se defronta com revelações como as dos versos “Naquela esquina cruzei com meu passado / E sei agora que aqui é meu lugar / (...) Pois foi andando por essa rua outro dia / Que decidi que pra trás não vou olhar”.
Mas não é por causa de um baque ou outro que Cafofinho vai perder a pose e em “Marimbondo” se coloca malandramente, mesmo sendo um bom malandro: “Vai se casar / E diz por aí / Da tua água não beberei / Mas, depois de duas cervejas / Fica logo doida e vem atrás / Não sei por que / Depois de lameada / Da minha água quer beber / Me deixe em paz / Não faz assim comigo, não / Olha lá o que tu faz / Metendo a mão em casa / de marimbondo”. E a música de Zé Cafofinho, como é que ela é? Como em toda música pernambucana pós-manguebit a tarefa de rotular é das mais difíceis. Sambas estranhos, atravessados, misturam-se com ska, dub, regionalismos, jazz e muitas outras bossas; tudo gravado e mixado em Recife. As treze faixas do disco trazem ainda ótimas canções como “Espinhos”, “Mucica” e “No vento”.
Como se não bastasse ser mais um ótimo nome a sair de Pernambuco, Zé Cafofinho traz um bocado de convidados que servem como atestado de qualidade, todos conterrâneos: Pupillo (Nação Zumbi), Marcelo Machado e Chiquinho (Mombojó), China (Del Rey), Bactéria (Mundo Livre), Hugo Gila (Academia da Berlinda e Variant), Berna Vieira (Bonsucesso Samba Clube), Rapha B. (Variant e Bonsucesso Samba Clube) e João Carlos (Orquestra Sinfônica de Recife). A banda fixa, as Correntes de Zé Cafofinho, é formada por Cláudio Negrão (violões e baixo), Felipe Gomes (cavaquinho e banjo) e Márcio Oliveira (trompete).
Fonte: Gafieiras

01 - Mucica
02 - Meio de Transporte
03 - Nunca mais Eu
04 - Campo Grande
05 - Conceição
06 - Marimbondo
07 - Cabotagem
08 - Perto
09 - No Vento
10 - Canela
11 - Espinhos
12 - Xango br
13 - Enquanto o Cinza Ofusca
- Ze Cafofinho - Voz, Viola de Arco, Rabeca e Bandolim
- Claudio Negrão - Baixo
- Felipe Gomes - Banjo
- Marcio Oliveria - Trompete
- Marcio Silva - Bateria

Um comentário:
pq vcs ficam pegando todas as postagens do sombarato sem dar os créditos?!
vcs poderiam pelo menos botar um pouco de conteúdo de vcs mesmos no blog.
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