

Hugo Gila - baixo
Márcio Monjolo - percussão
Tiago de Melo - voz, bandolim e viola de arco
Abuhl JR - bateria e percussão
[fonte]
Cachaça com sabor caribenho
Songo chega ao seu primeiro disco após sete anos de estrada. Trabalho exprime uma sonoridade que vai do jazz ao regional, mas recusa rotulações
Mais uma espécie diferente da diversidade musical popular de Pernambuco batiza seu primogênito. Hoje, às 20h, no bar La Prensa (Casa Forte), a banda Songo lança seu CD de estréia, Cachaça. O trabalho exprime uma sonoridade que recusa rotulações, dispensa a aura de cult inerente aos melhores grupos da cena e é promessa de boa aceitação entre um público variado.
A Songo surgiu há sete anos, formada por Tiago Andrade (viola de arco, bandolim e voz), Hugo Gila (baixo), Abuhl Jr. e Márcio Monjòlo (percussão), Raphael Beltrão (bateria) e Mavi Pugliese (saxofones). “Pessoas diferentes que atuavam em áreas diferentes da música”, como define Tiago.
Segundo Márcio Monjòlo, em 1999 o grupo já havia realizado todo o circuito de festivais no Recife e procurou mostrar seu trabalho fora do Estado. No mesmo ano, foi convidado para participar do projeto Nordestes, em São Paulo, e viu lá a possibilidade de mudança em busca de crescimento artístico e profissional.
Em Sampa, a partir de junho de 2000, os rapazes da Songo realizaram shows em bares e centro culturais, além de uma temporada no Blén-Blén Brasil. Antes, porém, na passagem de 1999 para 2000, realizaram no estúdio Fábrica as sessões que iriam compor o primeiro CD. Até então, o grupo só havia gravado um ‘demo’, As Quintas da Soparia (1998), com quatro faixas.
O álbum de estréia, no entanto, só seria finalizado de 2000 para 2001, por se tratar de uma produção independente financiada pela própria banda. Passado esse tempo, seus integrantes reconhecem que o trabalho reflete uma fase anterior do grupo.
Um dos indicadores das mudanças desde aquele período está na própria formação da Songo. Após fixar residência em São Paulo, dois dos integrantes – Mavi e Raphael – voltaram para o Recife. A banda ficou desprovida de metais e Márcio assumiu a bateria.
“O que tinha de metais a gente substituiu pelas cordas”, afirma o baixista Hugo. Já para Márcio, a banda como um todo teve que “dar mais brilho” para suprir os vãos deixados pelos ex-integrantes. “E as músicas que Mavi cantava eu também estou cantando”, acrescenta Hugo. “A voz dele é diferente da minha. O que ele fazia no sax, eu faço na viola e no bandolim. Deu muito trabalho, mas, agora, flui naturalmente”, atesta.
Para completar, em sua estada no Sudeste, a Songo compôs outras músicas, já com a nova formação, que estão sendo aprontadas para um próximo trabalho.
O disco que ganha lançamento hoje, no La Prensa, porém, pertence à primeira fase da Songo. Por sugestão do baterista Pupilo (Nação Zumbi), que assina a produção musical, Cachaça foi todo curtido no então recém-inaugurado Fábrica. “Um disco que era para ser gravado em 100 horas levou 300, por causa dos testes”, revela o bandolinista. “Para a época, ficou como a gente queria.”
Ao todo, traz 12 faixas compostas, a maioria, por Tiago e Mavi. Além da canção que dá nome ao CD, de autor desconhecido, há Aurora Street, de Hugo Gila & Márcio Monjòlo, e outras de convidados: Na casa de Silvana, parceria de Calucha (Zabumba Velha do Badalo) e Zé Tonhão (John Bigu & Os Caronas); e Um de cada vez, de Sebastião e Benedito Biano (Banda de Pífanos de Caruaru).
A mistura de batidas de ritos de umbanda com a viola de arco (parecida com a rabeca e que sugere a influência moura) se fundem numa sonoridade que lembram os ritmos caribenhos ou o carimbó do Norte brasileiro. Mas apenas no aspecto dançante. O conteúdo é diferente.
Saxes e baixo denotam clara influência do jazz. Mas a banda também flerta com outras linguagens musicais, como o samba e o reggae, embora, apenas como referência. O sotaque é próprio do grupo.
A Songo voltou ao Recife em dezembro último, após um ano e meio fora. Até depois do Carnaval, a banda realiza alguns shows, antes de retornar para ‘casa’, em Sampa, onde finaliza seu primeiro videoclipe. O concerto de hoje deve mesclar o repertório do CD com as novas composições do grupo.
MARCOS TOLEDO
Jornal do Commercio
Recife - 09.01.2002
Quarta-feira
[fonte]
Baixe download Songo - Cachaça (2001)
Faixas:
1. Aurora Street (Hugo Gila e Márcio Monjolo)
2. Na Casa de Silvana (Calucha e Zé Tonhão)
3. Xangô. Br (Tiago de Melo)
4. Cachaça (D.R.) (Autor Desconhecido)
5. Diamante Negro (Mavi Pugliese)
6. O Japá (Mavi Pugliese)
7. Um de Cada Vez (Sebastião Biano e Benedito Biano)
8. A Drink With Tom Waits Blood (Mavi Pugliese)
9. BV Legoland (Tiago de Melo)
10. Palmeiras Imperiais (Tiago de Melo)
11. Uma Mensagem para o Papa (Tiago de Melo)
12. Canto para Egbá (Mavi pugliese)
Ficha técnica:
Produção: Pupilo (gravação), Bernardo Choppinho nas faixas A Drink with Tom Waits Blood e Palmeiras Imperiais. Tiago de Melo nas demais.
Participações Especiais: Pupilo, Maurício Alves, Jorge dü Peixe, Leo Saldanha, Caroline Oliveira e Paula Guedes.
2001
Independente
* Há uns anos atrás, a banda Songo foi extinta, mas os mesmos músicos são integrantes de outros grupos da cena musical pernambucana como Variant, Guardaloop; e ou seguem carreira solo como é o caso de Tiago, hoje com o nome artístico de Zé Cafofinho.
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