quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Azulão


Francisco Bezerra de Lima é o nome de batismo, mas nem ele deve atender mais por esse nome, de tão popular que se tornou com o codinome Azulão – apelido dado pelo radialista Arlindo Silva, pelo fato de Francisco só se apresentar com roupas azuis. Ele dizia: “- Bote esse Azulão pra cantar!” E o povo adotou.

Azulão nasceu em Brejo de Taquara, distrito de Caruaru, em 25 de junho de 1942. Neste dia ainda restavam brasas das fogueiras de São João, e talvez por isso ele tenha nascido com o forró nas veias.

Aos noves anos já arriscava umas cantigas ouvindo os tios que eram músicos, sem exercer a profissão. Mas foram a interpretação e os acordes de Luiz Gonzaga que despertaram em Azulão a paixão pela música, e ele nem imaginava que anos depois ia subir ao palco junto do velho Lua. Nessa época o menino Francisco vendia picolé nas ruas de Caruaru, e eventualmente apresentava-se no auditório da Rádio Difusora, onde foi sendo descoberto pelos radialistas caruaruenses. Em 1964 Azulão já era sucesso, o grande público já pedia suas músicas nas rádios, era o tempo de “Olhei meu Amor” (primeiro sucesso de um compacto duplo). Veio então o convite do Mestre Camarão para integrar como vocalista a Bandinha do Camarão (primeira banda de forró do Brasil), onde passou vários anos e gravou dois LP’s. No ano de 1975 gravou seu primeiro Long Play solo - “Eu Não Socorro Não” - , pelo selo Esquema. Todas as músicas foram um grande sucesso. A partir de então não parou mais, ano após ano emplacando sucessos em todo nordeste, como “DonaTereza”, “Nega Buliçosa”, “Mané Gostoso”, “Trupé de Cavalo”, “Tô Invocado”, “Afogando a Minha Dor” e tantas outras, lembradas até hoje e perpetuadas pelas novas gerações.

Dentro de um corpo medindo 1,45m de altura nem dá pra esperar uma voz com tamanho vigor, mas no palco o pequeno grande – outro apelido que ganhou do locutor Ivan Bulhões – além de contagiar, tem ritmo, carisma e muita malandragem.

Como compositor ele retrata com clareza as coisas da sua gente, da sua região. Suas canções podem ser ouvidas nas vozes de Marinês, Genival Lacerda, Jacinto Silva, Os Três do Nordeste, Marinalva, Joana Angélica, Déu do Baião, Valmir Silva e além de outros grandes nomes da música nordestina brasileira.

Por tudo isso Azulão é a grande referência musical da Capital do Forró: Caruaru – cidade cantada por ele em vários de seus LP’s. Sempre esteve ligado a valorização da cultura pernambucana, sendo um dos seus maiores representantes.[fonte]

download Azulão - O Baque da Cancela (1978)

Faixas:
01. Mané calado (Everaldo Moraes - F. Azulão)
02. Vida boa é namorar (Juarez Santiago - Américo LIma)
03. Razão do nosso amor (F. Azulão - Gilvan Neves)
04. Debaixo do chapéu de couro (F. Azulão - Américo Lima)
05. Teu amor é um veneno (Agripino Aroeira)
06. Maria do sitio (Walmir Silva - Afonso Amancio)
07. Essa mulher luxa demais (Cabo França)
08. Coração magoado (Gilvan Neves - Ataide Lira)
09. O baque da cancela (Janduhy Finizola)
10. Apanha de Algodão (Brito Lucena - Giusepe Farias)
11. Nasci pra te amar (Genesio Guedes - Abenildo Lucena)
12. Barco dos amores (Gilvan Neves - Américo LIma)

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